Cuidados Paliativos: o Cuidado além da Cura

Segundo a OMS (2002), os cuidados paliativos representam a assistência promovida por uma equipe multidisciplinar. Com o propósito de melhorar a qualidade de vida do paciente e seus familiares, perante uma doença prejudicial a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais.

O crescente envelhecimento da população mundial e o aumento das doenças não transmissíveis aumentará drasticamente a necessidade por cuidados paliativos nos próximos 50 anos.

Cuidados Paliativos

Dados recentes da OMS (2014), revelam que o número estimado de pessoas adultas em todo o mundo que necessitam de cuidados paliativos ultrapassam os 19 milhões. E em sua grande maioria, estão os acometidos de doenças cardiovasculares (38,5%) e câncer (34%), seguido por doenças respiratórias crônicas (10,3%), HIV (5,7%) e diabetes (4,5%).

Cuidar de pessoas com doenças incapacitantes, incuráveis e que evoluirão para a morte envolve o uso de estratégias viáveis de atuação que possibilitem a oferta de cuidados integrais à pessoa e seus familiares e/ou cuidadores.

Amaral e Silva (2013), afirmam em seu artigo que a oferta de outras possibilidades de cuidado vem tornando o uso das terapias complementares e integrativas cada vez mais comuns. Como coadjuvantes do tratamento convencional contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, por serem compatíveis com os princípios do cuidado paliativo e por assegurarem à autonomia do indivíduo.

Práticas Integrativas

Instituída como Política Pública em 2006 no Brasil, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), foi criada com a finalidade de atender às diretrizes e indicações de várias Conferências Nacionais de Saúde e às recomendações da OMS.

Esta Política, de caráter nacional, recomenda a adoção pelas Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da implantação e implementação das ações e serviços relativos às Práticas Integrativas e Complementares. Entre as quais destacam-se aquelas no âmbito da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), Acupuntura, Homeopatia, Fitoterapia, Medicina Antroposófica e Termalismo-Crenoterapia.

Os resultados vêm demonstrando que ao se associar as práticas complementares aos cuidados paliativos, evidencia-se a oferta da atenção individualizada e integral, o alívio dos sintomas, apoio aos cuidadores e principalmente a busca por um fim de vida livre se sofrimento, terapias desnecessárias e a afirmação da vida.

Em março de 2017, foram incluídas pelo Ministério da Saúde, através da Portaria Nº 849, Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular, Meditação, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa e Yoga à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares.

Diante deste cenário Nacional, torna-se imprescindível e urgente, a capacitação dos profissionais de saúde nesta modalidade de oferta de cuidados às pessoas com doenças avançadas e seus familiares em suas unidades de atuação, pois, somente assim, manteremos o nível de excelência no atendimento à população!

 

Pós-Graduação em Cuidados Paliativos com ênfase em Práticas Integrativas
Sábados alternados.
Saiba mais sobre essa pós-graduação:
http://institutoconscienciago.com.br/curso/cuidados-paliativos-com-enfase-em-praticas-integrativas/

 

Katy Domingues

 

Sugestões para aprofundamento no tema:

1- Amaral JB, Silva MJP. Práticas Complementares e os cuidados paliativos. In: Silva RS, Amaral JB, Malagutti W (organizadores). Enfermagem em cuidados paliativos: cuidando para uma boa morte. São Paulo: Martinari: 2013. p. 307-34.

2- Ministério da Saúde. Portaria nº 971, de 03 de maio de 2006. Aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde, 2006a. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/PNPIC.pdf.